Caverna das Sombras
Grog acordou na mais espessa treva. Descobriu a cabeça.
Estava na caverna. A interminável caverna, berço da humanidade. Quanto
mais fundo, mais quente. Na superfície era inverno, reino do frio e da
neve. Apanhou seu chifre com brasas e, acendeu pequeno lume. Livrando-se
das cobertas felpudas feita de peles, foi para o fundo de seu recinto.
Lá, havia um furo no chão de pedra que mergulhava em abismos
insondáveis. Nele fez suas necessidades. Voltando a seu girau, catou uma
bolsa de couro dela extraiu pedaços de carne seca e fruta desidratada.
Comeu. De uma parede lateral água cristalina escorria sem parar. Bebeu
dela. Sabia que, quilômetros acima de sua cabeça era dia. Graças a
sistema de reflexão solar em pedra polida. Pôs-se a caminhar usando
lanterna de barro para auxiliá-lo no ambiente mal iluminado. Mil passos á
frente, dois acessores o esperavam. Conferiram seus armamentos de
pedra, lanças e boleadeiras. Continuaram a caminhar buscando a
contra-gosto luz.
Foi lá bem perto da superfície, onde os simples moravam, que efetuou seu primeiro julgamento do dia. Ao passarem por um trecho longo e tortuoso da grande caverna, avistou um vasto espaço comunitário; lá presenciou uma briga doméstica. O casamento é sempre um risco, refletiu Grog. Ao que parecia, era briga de triângulo amoroso. Um homem jazia no chão todo ensanguentado. Uma mulher ajoelhada ao lado do cadáver chorava e gritava. De pé, um homem grande, segurava rubra faca de sílex em uma mão e um pequeno recém-nascido de dois meses em outra. Grog notou, que o homem não devia ser pai da criança pois, segurava a cria pelos pés.
Antes que Grog e seus homens pudessem fazer qualquer coisa, o homem em gesto impulsivo, bateu o indefeso e inocente neném contra degraus lavrados na pedra. A mãe urrou de dor, mágoa e desgosto apanhando das mãos do cadáver do marido um punhal de pedra. Estava quase para cometer suicídio; quando Grog intercedeu.
O infanticida, ao ver que estava frente a frente com o juiz Grog; tentou evadir-se. Mas Grog o impediu, capturando-o com sua boleadeira que durante a fuga enrolou-se cruelmente ao redor do pescoço do assassino, asfixiando-o e ferindo-o na testa. Permitiu que a mulher chinga-se e corta-se os textículos do amante ciumento antes deste morrer. Não removeu a boleadeira até ter certeza que o homem estava morto.
A comunidade daquela parte da caverna, que estava escondida em recintos escuros, começou a reunir-se ao redor daquela tragédia. Grog, chamou todos e, acendendo uma grande fogueira próxima a um alto paredão, os fez dar as costas ao fogo e contemplarem suas proprias sombras. Sinalizou para o povo ao redor e disse:
- Usando sombras, contem para mim o que aconteceu aquí entre estes três fantasmas. Contem o que fez o recém nascido, para merecer uma covardia como a que foi perpetuada contra seu corpo frágil.
Grog Riordan devia julgar aquela questão de interesses. Conflito parecia inevitável. Quanto mais refletia á respeito, mais sorumbático sentia-se. Todos tem direitos. Negar o direito a vida é crime. Envolve questões pertinentes a crime, por isto, ele devia julgar. O ancião da caverna resolvia apenas questões cotidianas; desentendimentos simples, divisão correta de alimentos, remédios. O ancião julgava os civis. Grog era o juiz que punia os criminosos.
Mas a questão era justamente esta. Era um crime, o que havia acontecido? Grog, sempre acreditou que dois erros não constituem um acerto. Mas, viu muitas vezes, duas coisas negativas; transformarem-se em outra coisa. Algumas vezes o resultado, apresentou-se positivo.
O modo como administrava-se a comunidade da caverna era simples mas, toda política simples, apesar de tirânica sob certos aspectos, funciona efetivamente que é uma maravilha.
Olho por olho, dente por dente. Você recebe exatamente o que é capaz de dar. Plantando poderá colher. Alimentando o grupo tem direito de comer. Caso contrário; morte. Exílio.
Segurando a mulher pelo cabelo, Grog a empurrou para perto da fogueira e disse:
- Faça as sombras falarem neste paredão e conte rapidamente com imagens e palavras o que aconteceu, mulher desgraçada.
E a mulher projetando imagem de chifres, depois de cão; falou e disse:
- Caim matou meu homem, seu irmão que chamava-se...
Foi lá bem perto da superfície, onde os simples moravam, que efetuou seu primeiro julgamento do dia. Ao passarem por um trecho longo e tortuoso da grande caverna, avistou um vasto espaço comunitário; lá presenciou uma briga doméstica. O casamento é sempre um risco, refletiu Grog. Ao que parecia, era briga de triângulo amoroso. Um homem jazia no chão todo ensanguentado. Uma mulher ajoelhada ao lado do cadáver chorava e gritava. De pé, um homem grande, segurava rubra faca de sílex em uma mão e um pequeno recém-nascido de dois meses em outra. Grog notou, que o homem não devia ser pai da criança pois, segurava a cria pelos pés.
Antes que Grog e seus homens pudessem fazer qualquer coisa, o homem em gesto impulsivo, bateu o indefeso e inocente neném contra degraus lavrados na pedra. A mãe urrou de dor, mágoa e desgosto apanhando das mãos do cadáver do marido um punhal de pedra. Estava quase para cometer suicídio; quando Grog intercedeu.
O infanticida, ao ver que estava frente a frente com o juiz Grog; tentou evadir-se. Mas Grog o impediu, capturando-o com sua boleadeira que durante a fuga enrolou-se cruelmente ao redor do pescoço do assassino, asfixiando-o e ferindo-o na testa. Permitiu que a mulher chinga-se e corta-se os textículos do amante ciumento antes deste morrer. Não removeu a boleadeira até ter certeza que o homem estava morto.
A comunidade daquela parte da caverna, que estava escondida em recintos escuros, começou a reunir-se ao redor daquela tragédia. Grog, chamou todos e, acendendo uma grande fogueira próxima a um alto paredão, os fez dar as costas ao fogo e contemplarem suas proprias sombras. Sinalizou para o povo ao redor e disse:
- Usando sombras, contem para mim o que aconteceu aquí entre estes três fantasmas. Contem o que fez o recém nascido, para merecer uma covardia como a que foi perpetuada contra seu corpo frágil.
Grog Riordan devia julgar aquela questão de interesses. Conflito parecia inevitável. Quanto mais refletia á respeito, mais sorumbático sentia-se. Todos tem direitos. Negar o direito a vida é crime. Envolve questões pertinentes a crime, por isto, ele devia julgar. O ancião da caverna resolvia apenas questões cotidianas; desentendimentos simples, divisão correta de alimentos, remédios. O ancião julgava os civis. Grog era o juiz que punia os criminosos.
Mas a questão era justamente esta. Era um crime, o que havia acontecido? Grog, sempre acreditou que dois erros não constituem um acerto. Mas, viu muitas vezes, duas coisas negativas; transformarem-se em outra coisa. Algumas vezes o resultado, apresentou-se positivo.
O modo como administrava-se a comunidade da caverna era simples mas, toda política simples, apesar de tirânica sob certos aspectos, funciona efetivamente que é uma maravilha.
Olho por olho, dente por dente. Você recebe exatamente o que é capaz de dar. Plantando poderá colher. Alimentando o grupo tem direito de comer. Caso contrário; morte. Exílio.
Segurando a mulher pelo cabelo, Grog a empurrou para perto da fogueira e disse:
- Faça as sombras falarem neste paredão e conte rapidamente com imagens e palavras o que aconteceu, mulher desgraçada.
E a mulher projetando imagem de chifres, depois de cão; falou e disse:
- Caim matou meu homem, seu irmão que chamava-se...
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