quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016

O Azul



   Pela internet, pode-se viajar pelo mundo virtualmente, mas isto, nem chega perto de ser suficiente. Há pessoas acreditam que conhecer tudo que se há para conhecer tendo 33 Mb de conecçâo. Nunca saberâo. O mundo é duplo, triplo; possui muitos ângulos. Acreditar que estou conhecendo realmente o mundo via web, é como ver a fotografia de uma lasanha; sem nunca ter provado este alimento que possui aromas e, vários sabores e só usando simultâmeamente corpo + mente saberei, vivenciarei. Olhar pela janela de minha casa para o azul do céu, caso haja algum azul celeste disponível lá nas alturas, não é conhecer o azul do céu. Para aprender e conhecer este azul, terei que misturar-me a ele. Como num dia, lá em Porto de galinhas numa ponta de praia paradisíaca. Nadei para tão longe da costa que minha parceira teve que arranjar não sei onde, um bote com um pescador para resgatar-me. Mas estava em paz. Era levado pelas correntes sem nenhum controle. Quando não ví mais a terra firme tudo era apenas azul. De cima abaixo, naquele Janeiro sob um céu de Brigadeiro que se fundia com o mar. Minha parceira morreu alguns anos depois levada pelo câncer. Foi um sofrimento profundo. Nossa paixão havia morrido antes que eu soubesse de seus segredos. Já estava longe. Em outros mundos. Ela sempre dizia que, tudo na vida tinha seu preço. Saudades. Seems to me, Can't turn back the hands of time.

Fim.

* Os textos apresentados são meramente imaginação do autor e nada tem a ver com qualquer fato verídico ou pessoa que possua um C.P.F.

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